FÉRIAS EM FRANÇA

FÉRIAS EM FRANÇA

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A nossa primeira viagem a França foi a Paris, em 1961, de avião, vindo de Londres. Estava em Paris parte da família Alcobia de Sousa (os pais, Marilé e Vergílio de Sousa, e o filho José António, nosso colega no Liceu Francês, de Lisboa). Na época tínhamos o fascínio dos grandes “cabarets” parisienses (Lido, Folies Bergère, Moulin Rouge, etc.) e dos seus espetáculos de “strip tease”. Dado haver sessões contínuas até altas horas da noite, passávamos dum “cabaret” para outro e, praticamente, não tivémos tempo para visitar os monumentos da cidade.

Quatro anos depois voltámos a França para assistirmos ao casamento do nosso primo segundo, Carlos Manuel Mattos e Silva Neves (filho duma prima direita do nosso pai, Maria Elisa, senhora da Casa do Capitão-Mor, em Vila de Rei, e do médico analista João Germano Neves da Silva, o qual estava relacionado com uma conhecida família de Abrantes: os Moura Neves) com a nossa futura prima Marie France Guillemin, em cuja casa de família, nos arredores de Paris, decorreu o casamento. A família seguiu toda junta para França, num cómodo autocarro de turismo especialmente fretado para o efeito, enquanto nós seguimos uns dias mais tarde, de combóio, no Sud Express, dado termos um exame a efetuar no Instituto Superior Técnico quando da partida do autocarro. A viagem de combóio foi bastante interessante dado termos tido um curto romance com uma companheira de viagem, cerca de vinte e anos mais velha do que nós. O regresso foi efetuado de autocarro, destacando-se do grupo a muito animada Cuca Viana, amiga dos noivos. Nessa estadia em França foi-nos, finalmente, possível visitar os principais monumentos de Paris.

Sete anos mais tarde voltámos a Paris para visitar uma amiga, Carla Pereira da Silva, que por lá se encontrava a estudar. Foi uma possibilidade de conhecer a boémia noturna da cidade. Tempos depois, numa nova viagem a Paris, encontrámos casualmente, na rua, a Guigui Alves Barata que nos levou a dançar no “Chez Castel”, discoteca bastante privada mas onde o padrasto da Guigui, António Formigal, era pessoa conhecida, o que nos permitiu entrar sem o problema de sermos barrados à entrada. Por essa altura também estivemos com o Manuel Serzedelo de Almeida que trabalhava, então, para a Societé Generale. Nesse mesmo período também fomos jantar a casa de Ana Sofia e do Carlos Monjardino, o qual era então um gestor importante dum Banco de Manuel Bullosa.

Nos anos setenta do século XX fomos algumas vezes a La Rochelle onde vivia a nossa sobrinha Teresa Barradas Martins Bourgois. Estivémos com a sua mãe, Maria Helena Barradas, e visitámos muitos locais pré-históricos da Bretanha (alinhamentos de Carnac, dolméns de Gravigny e de Kercado, etc.), fomos nadar nas praias da Ilha de Ré e de Biarritz, tendo visitado também cidades como Rennes e Nantes.

Na década de oitenta do século passado regressámos a Paris, tendo ficado alojados no magnífico apartamento junto ao Sena, no Quai de Grenelle (Rive Gauche), do nosso amigo Sebastião Marques de Almeida. Ficou-nos na memória um jantar só de ostras num dos principais restaurantes de Paris, o “La Coupolle”, em Montparnasse.

Alguns anos mais tarde, na companhia dos nossos primos Clara e Eduardo Cansado de Carvalho, estivemos em Paris a caminho duma visita aos Castelos do Loire. Recordamos um célebre almoço no restaurante “Fouquet’s”, nos Champs-Elysées, onde estava uma família com um pequeno cão. Subitamente, entra uma rapariga jovem com um cão grande pela trela o qual, ao avistar o outro cão, acometeu sobre ele. Houve uma enorme algazarra, a jovem caíu no chão por não ter conseguido suster o seu cão e tudo acabou como se se tivesse tratado dum acidente rodoviário: trocando apólices de seguros entre os donos dos cães.

Numa outra visita a França fomos fazer ski na estância de Val-d’Isère, ficando instalados no Club Med.  O grupo era extraordinariamente divertido contando com Teresa e João Pedro Campos Henriques, Isabel e Quim Machaz, Teresa e Henrique Carvalho Maia, Isabel e Eduardo Mello Perestrelo, António Carrapatoso, Zinha Galvão de Sousa, entre muitos outros. Para além da parte desportiva, o “aprés-ski” foi muito animado.

Fomos, nos anos noventa, a um casamento de amigos franceses, em Orleans, integrados num grupo em que pontificava Tchoupette Beerten. Para além dos festejos relacionados com o casamento, fizemos bastante turismo naquela região.

Visitámos o Norte de França, particularmente as praias do desembarque da Normandia (Omaha, por exemplo) e o Mont Saint Michel, inseridos num grupo de portugueses residentes em Macau do qual se destacava, pela sua boa disposição, Varna de Gião.

Estivémos também em Cuts, em representação da Associação Portuguesa de Atrelagem (da qual éramos vice-presidentes), na reunião de constituição da Associação Internacional de Atrelagem de Tradição, cujo primeiro presidente viria a ser o Barão de Langlade. A representação portuguesa incluía, ainda, Helga e José Alexandre Matos, Graça Sobral, etc. Aproveitámos a oportunidade para visitar vários locais do centro e Sul de França, como as grutas com pinturas rupestres de Lascaux II (com as suas pinturas de bovídeos), de Pêche Merle (com o seu célebre cavalo pintado) e de Rouffignac (com as suas representações de mamutes), a catedral da Albi, Pont du Gard, Nimes, etc.

Voltámos ao Sul de França, anos mais tarde, num cruzeiro a bordo do “Funchal” com Piedade e Miguel Polignac de Barros, Ana Teresa e Luís Cabral Moncada, Graça Sobral, Teresa Raquel Santos, José Caetano Pestana e muitos outros. Visitámos, então, vários locais da Côte d’Azur, entre os quais Saint-Tropez, Cannes, Nice e Mónaco.

Estivémos uma vez mais em Paris, em casa de Binha d’Orey Rolo e do Duarte Ramalho Ortigão (este, ao tempo, embaixador de Portugal junto da Unesco) e frequentámos a nossa embaixada bilateral onde estavam os nossos amigos belita Leite Pinto e António Monteiro. A festa de despedida do embaixador António Monteiro reuniu inúmeras personalidades portuguesas a viver em Paris, como Isabel de Bragança, Leonor Ramires Herédia, etc. Na altura estava na cidade uma exposição relacionada com Pablo Picasso que pudémos visitar, bem como uma passagem de modelos de Elie Saab, no Palais du Trocadéro.

Mais recentemente, na companhia da nossa filha Catarina e dos nossos netos Laura e Martim, voltámos a Paris e visitámos, também, a Eurodisney e o Parc Astérix.

O ano passado, com o nosso filho Duarte e os nossos netos Vasco e Clara, saímos da sua casa em Genève e seguimos de automóvel para França, visitando Annecy, as Salines Royales, Bésançon e Dijon. Nesta última cidade ficámos impressionados com a imponência do Palácio dos Duques de Borgonha (uma filha do nosso rei D. João I, Isabel de Portugal, foi casada com o Duque Jean, “Le Bon”, e mãe de Charles, “Le Temeraire”) e com a beleza dos túmulos dos primeiros duques (Philipe, “Le Hardi” e Jean, “Sans Peur”).

Também tivemos oportunidade de fazer viagens de trabalho a França. Numa delas, na companhia de engenheiros e arquitetos (nestes liderava Pedro Bello Ravara), tivémos reuniões com uma empresa sediada em Le Mans, tendo aproveitado para visitar várias localidades entre Paris e Le Mans e, nesta, o célebre circuito automóvel.

Mais tarde, inseridos num grupo que incluía engenheiros portugueses (da CP) e técnicos duma empresa francesa (Soletanche-Bachy), visitámos as obras de construção do Túnel da Mancha, obra notável da engenharia europeia.

Estivémos, ainda, em Paris, com o nosso sócio Artur Pinto Ravara, para negociações com a SNCF.

O facto de estarmos incluídos no consórcio luso-francês que realizava a revisão do projeto do Aeroporto de Macau, consórcio liderado pelos Aeroports de Paris, permitiu-nos efetuar várias outras visitas à capital francesa e seus arredores, como Versailles e o Château de Thoiry (com o seu interessante parque zoológico).

José Mattos e Silva

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